Ontem o Reiner tomou o avião outra vez rumo à América e eu tomei o rumo do Käpelle. Dettingen fica numa baixada, vamos dizer assim, e o Käpelle é a maior elevação que fica aqui perto, fácil de ir a pé. Lá de cima pode-se avistar, à distancia, o castelo do Teck, à esquerda e à direita o castelo Hohen Neuffen. Pode-se fazer o percurso pelo caminho oficial, asfaltado, fazendo uma ronda completa. Ou sobe-se pela rua que também leva ao Burgersee e volta-se pela rua do cemitério ou vice-versa. Ir e voltar pela mesma rota não é tão interessante.
Além da rota oficial pode-se tomar incontáveis rotas alternativas, passando pelos campos de cultivo ou plantações de frutas. Embora eu conheça relativamente bem a rota oficial, as rotas alternativas, acho que nunca vou conhecer totalmente: não as percorro com muita freqüência e elas se metamorfoseiam com uma constância maior entre as estações. Geralmente eu percorro os caminhos alternativos com o Reiner e meu encantamento é sempre tão grande que ele sempre se mostra indignado porque não vou lá sozinha. ?Tão fácil, na porta da nossa casa!?
É verdade, penso sempre. Mas me poupo/privo do prazer na maioria das vezes. Quando vou, trilho o caminho já conhecido.
Ontem não planejava nada diferente. Fui pela rua do cemitério, passei pelo pequeno grupo de crianças que se divertiam na neve, passei pelo cemitério e comecei a subida. Não sei o que me deu, no primeiro atalho, segui um caminho alternativo. E segui, segui, segui… Havia alguns rastros na estrada e eu os observava atenta. Até onde eu podia identificar eu via os rastos de sapatos masculinos que retornavam pelo caminho. E rastros de cachorro. De repente vi, fora da ?estrada?, as marcas visíveis da passagem de um veado. Dá pra perceber, quando ele anda devagar ou quando passava correndo, deixando marcas alongadas na neve nova que cobria tudo. E nevava o tempo todo. Dava pra perceber uma pequena camada nas pegadas masculinas na neve. Estava tudo bem e eu curtia silencio imperturbável. Mas percebi que aguçava os ouvidos, atenta a qualquer ruído que fosse incomum. Tcha! O que eu sei disso? Pouco, muito pouco. De repente, aquelas pegadas mudaram de direção. Elas agora não mais voltavam, mas seguiam a mesma direção que eu e saiam de repente da estrada. As pegadas do cachorro acompanhavam. Após uma pequena hesitação segui em frente, acompanhado a trilha, que eu podia identificar pela pequena elevação de ambos os lados do caminho, coberto como tudo estava pela neve intocada e nova. Segui. Se já sentia uma inquietação antes, agora aquelas pegadas saindo da estrada não me saiam do pensamento.
O interessante nestas pequenas caminhadas pelos caminhos paralelos/alternativos, é que você tem uma idéia de onde o seu caminho vai dar, mas nunca tem uma certeza concreta e anterior onde exatamente e quando você vai chegar lá. Afinal os caminhos, não conheço os caminhos todos. Após percorrer vários caminhos da região e depois de ter ido subido inúmeras vezes ao Käpelle, já se tem uma noção em que direção se está seguindo. Até eu, a número um em desnoção total de direção espacial. O caminho começou a fazer uma curva à direita, o que indicava que agora eu estaria tomando o caminho do Käpelle, verdadeiramente… Mas as pegadas… Eu já tinha andado uma hora naquele caminho. Ia escurecer rápido. Me convenci a voltar sem me sentir muito covarde. Caminhei depressa sobre minhas próprias pegadas e sob o silêncio intocado. Meu coração só sossegou quando atingi de novo a estrada asfaltada e avistei o cemitério, alguns metros abaixo. E como tinha andado depressa, achei que ainda dava tempo para uma passada no cemitério. Depois segui o caminho de pedestres ao lado do rio, passei pelas crianças que continuavam lá nos seus folguedos com a neve e vim tomar uma xícara ou duas de chá quente.
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por RosangelaE em Do antigo Iliquido com 7 Kommentare
Comentários
Silvana 19.02.2005 – 16:57
Luana 20.02.2005 – 15:18
ooO__(_)__Ooo_________
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|__Olha eu aki fazendo__|_
_|__uma visitinha…__|___|
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_Post Novo no meu Blog|__
_|_Sobre o Kurt Cobain___|
__Passa Lá.. Comenta_|___|
Linda estás na alemanha? Vives mesmo aí? Adorei o post da neve.. Aqui nevou um dia… foi tão lindo
Beijinhos lunares muito grandes
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