Neste calor de rachar taquara, secura de dar tristeza, pego-me desejando ardentemente que não chova. Não chova, não chova, não chova. Não agora.
Os nossos vizinhos estão fazendo uma terraplanagem no terreno deles, bem ao lado do nosso e elevaram o nível em mais de um metro em alguns locais. Será que vão fazer muro de arrimo? – nos perguntávamos, entre outras coisas. Queríamos conversar pessoalmente aqui em casa e falar sobre o assunto. Liguei pra eles ontem e mostraram-se tudo menos receptivos. Ela foi categórica: “não, não vamos encontrar vocês. Mas qual o seu problema afinal?” perguntou ela, assim mesmo, neste tom. Nem sei como a conversa se alongou, já que ela estava, eles estavam decididos a não conversar comigo. Eu tentando explicar meu ponto de vista e ela reafirmando vezes sem conta que não tinha que conversar comigo, sem paciência nenhuma de tentar de fato entender a nossa preocupação. O marido pegou o aparelho e foi um pouquinho mais ponderado, deixando entretanto claro em mais de um momento: “Nós não temos nada pra conversar com a senhora. O que temos de conversar, já conversamos diretamente com a diretoria do condomínio e eles não tem nada a reclamar.”
Pois bem. Desliguei o aparelho e fui atrás do regulamento do condomínio. Até então tinha me fiado nas informações que me foram dadas por uma moça da administração, mas pra escrever pro condomínio eu tinha de saber colocar as questões propriamente. E sabe o mais interessante? Foi ótimo eles terem me tratado com tão pouco caso. Eu fui atrás de me informar de verdade e descobri que eu podia sim, solicitar esclarecimentos sobre a situação. Se eles tivessem vindo conversar conosco, íamos aceitar qualquer explicaçãozinha e eles iam acabar fazendo o que bem entendessem e nós ficaríamos repetindo a ladainha – eles tinham todo o direito de fazer isto, eles não tem de me dar satisfação. Já que eles não quiseram falar conosco, vamos nos dirigir à associação solicitando esclarecimentos sobre responsabilidade caso toda aquela terra deslize para o nosso lado na primeira chuva, causando um estrago fenomenal. Aproveitei e citei todas as questões que eles já tinham deixado claro que vão/iriam infringir o regulamento ao construir a casa deles.
Recuo lateral de 3m metros – eles mencionaram que iam só deixar dois.
A construção pode ter no máximo 9m acima do nível original médio em terrenos de aclive (que é o caso). – Ela mencionou que a casa iria ter 3 andares e ela não estava nem considerando este nível médio.
Sem contar a questão da responsabilidade caso a terra viesse para o nosso terreno – ele me disse que não tinha como prever isto, que não podia se responsabilizar.
Eles não apresentaram ainda um projeto de construção da casa – que precisa ser aprovado pelo condomínio.
Enfim. Eles nos fizeram um favor. Descrevi toda a situação, coloquei nossas questões, ilustrei com fotos e solicitei uma posicionamento por escrito do condomínio. Pronto. O Reiner chegou, discutimos os detalhes, fizemos algumas modificações e enviei ontem mesmo por email pro condomínio. Arquivo PDF.
Hoje já me ligaram da administração querendo marcar uma reunião no sábado na sala de reunião do condomínio. Vamos, já estávamos decididos a ir lá conversar com a diretoria que se reúne sempre aos sábados de manhã. Se os donos do terreno do lado vão aparecer, eu não sei. E isto não nos interessa muito. Só sabemos que agora nos nos contentamos mais com uma explicaçãozinha qualquer.
Só pra ilustrar: Como estava o terreno em 03.11.2012. O Reiner foi lá tentar pegar algumas rãs, para remanejá-las para fora do condomínio e diminuir a nossa sinfonia noturna. Observe-se que se pode ver o arame do alambrado da nossa cerca viva e altura do muro do terreno adjacente do outro lado. Eles encheram este nível do terreno até a altura do cotovelo do Reiner com terra.